domingo, 22 de janeiro de 2012

Desconhecido



Querido,hoje tem chuva.

           Vamos lá fora pra nos lavar do medo,e pra sentir o frio de estarmos livres.



Quando eles iam embora eu sentia como se o céu voltasse a ter a mesma cor de sempre.Era,cinza.Diferente das tardes que eles me davam o desprazer da sua presença,onde quase sempre,o céu era vermelho.E não era um vermelho bonito não.Era vermelho de morte.Eles realmente me deixavam à desejar...
Eram meus medos,e culpas,e pensamentos insanos.Sim,eram eles.E fediam,como verdadeiras traças que de tempos em tempos vinham me corroer o sono.Por isso o dia de amanhã é sempre mais bonito que o de hoje.Porque eles se foram.E foram também as verdades maculadas e as rosas que de doces,só o nome.

Hoje me perco em cantos de rádios,em músicas das quais nunca mais vou lembrar o título.Eu me perco em ruas das quais nem conhecia.Ainda não conheço.Mas gosto do desconhecido.Da fé que ele nos proporciona.Gosto de acreditar no que não conheço.Penso,que ter só temos esperança naquilo que ainda não conhecemos,naquilo que ainda não tocamos.Temos fé,naquilo que buscamos e que acreditamos que de alguma forma,isso nos traga um mínimo de salvação.Algo que nos salve de nós mesmo.

Então Querido,eu gosto de acreditar em você.No teu sorriso que eu não conheço.No teu cheiro que eu não conheço.Em você,pra vir me salvar de mim.Pra estender os braços e abrigar esse peito cheio de cravos.
Mas não sou triste.Sou leve,sou minha.Serei nossa.Deixar de ser um nó.Ser nós.

Que eu me livre então,dessa coisa de ser livre pela metade.Essa "coisa" de ter as mãos soltas,e os pensamentos presos.Que eu me livre então,de ser livre pelas mãos.E que,tão suavemente,me prenda o coração.



                                        Elisama Oliveira

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