"Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
Quando cheguei,reli todas as minhas folhas e tive uma clara certeza.De que em nenhuma delas havia registrado tal pensamento. Eu estou ficando louca,gosto de acreditar.Mas só porque é mais fácil aceitar isso do que minhas infinitas contradições à seu respeito.
Não deixo de me perguntar, o que foi mesmo que me fez desistir de ter ido embora aquele dia. Eu podia não ter sentado ali,podia ter ido pra casa e continuado a vida.Eu podia ter fingido não conhecer ninguém no outro dia,ter feito menos caso.Mas eu só fiquei,e fiquei com a vida revirada ali do teu lado.Toda do avesso e sem pedidos de desculpa à mim. Só fiquei...
A verdade que eu enxergo ali é tão triste que eu estremeço toda vez que paro pra pensar." Onde foi? foi na alma ?".E outro anjo torto na minha vida.Não entendo.Ou entendo,e esse é o problema,eu sempre quero entender demais.Quero cuidar,pegar no colo,quero fazer cafuné pra ver se a dor vai embora e deixa de se embaraçar lá dentro.Eu sei que não vai.Mesmo assim ainda quero cuidar do peito que não é meu.E só aumento o medo de acabar não tendo quem cuide de mim.Eu,toda difícil de lidar,tô sempre em contradição.Mas não é de dizer mentiras,é de se embaralhar com a verdade.Estou sempre com as palavras certas e dizendo as erradas.E isso sempre te faz rir,e é tão bonito quando ri. Só que as vezes eu solto um espinho e não me perdoo por te ver sangrar.É que são assim a flores meu menino,têm veneno também,independentemente do perfume também machucam. E tu que me cultivas,assim,sem medo de saber à que estrada sigo,me cativas.
Cativar*
(Criar um laço,pra que eu não te veja como todo mundo,pra que te queira sempre bem e tu me queiras sempre sua.Pra que eu te veja e me alegre,pra que a vida seja como feita de sol. Assim,me cativas.)
Mas ainda te espanto,te abandono,te firo e te enveneno,e é de tanta corrupção.É de tanto ser levada à lugar nenhum.É o ser humano com a velha mania de não ser por inteiro às coisas que lhe são bonitas. Como a vida,o amor,um bilhete na geladeira no qual esteja escrito "e todo amor,só reservo à ti.bom dia".Mas não é frieza,não é medo,não é falta de amar,não é falta de retribuir.Não tem nome.Sou eu.Então tomara que me esperes,que não se canse,que não solte a outra ponta.Tô chegando menino,mas ainda tenho muitos sonos à perder.
Elisama Oliveira
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